14 de maio de 2011

TURISMO ACTIVO, UMA OPORTUNIDADE PARA CRIAR DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. CONHEÇA A MONTANEA!

Em Setembro de 2002, em Joanesburgo, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável salientou a necessidade da plena implementação da Agenda 21, do "Programa para implementações futuras e do compromisso com os Princípios do Rio". Determinou-se assim, que no enquadramento com os objectivos do Milénio, seria declarada a década 2005-2014 como “A Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável”.

Ora, o objectivo fundamental era, e é - integrar os valores do Desenvolvimento Sustentável visando uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais sustentável. A visão, é da necessidade de um mundo com igualdade de condições/oportunidades: na educação, na saúde, na cultura, na plena integração social, económica e política que contribuam para uma "transformação positiva da sociedade". Mas, estes valores só serão possíveis, materializando-se as politicas em acções, que mudem o rumo da insustentabilidade em que se conduz o desenvolvimento na maioria das sociedades.
E, que papel encerra o turismo? Está cientificamente reconhecida a importância económica do turismo, e o relevante papel  no desenvolvimento de determinadas regiões, enquanto áreas de destino. Mas, o desafio é, também, como garantir o desenvolvimento sustentável dos destinos turísticos, conceito que se traduz no equilíbrio entre a satisfação do turista, e das populações locais;  da preservação dos vários recursos: naturais, sócio-culturais e da sustentabilidade económico-financeira dos diferentes interessados - teoria dos stakeholders, e [fundamental] da garantia de preservação para a disponibilidade dos recursos (naturais e culturais) para as próximas gerações de todo o mundo!

O turismo de massas, importante em algumas circunstâncias, e considerado opção na visão curta, representa uma ameaça à sustentabilidade, porque ultrapassa a capacidade de carga – com efeitos negativos nos recursos naturais e culturais, e no habitat de residentes e turistas. Surgem assim novas tendências “ancoradas” numa aposta em territórios detentores de interessantes atractivos naturais, e dotados de outros atractivos sociais e culturais, que pela sua autenticidade e singularidade são passíveis de se percepcionarem como diferenciadores e assim apetecíveis para um turismo devidamente segmentado e/ou de nichos.
Os princípios da sustentabilidade do turismo cruzam-se com os objectivos internacionalmente aceites para o desenvolvimento sustentável, e tem como pano de fundo a Agenda 21. Por isso, surge maior consenso na aposta em projectos que criem valor acrescentado, através dos enraizamentos locais, da valorização do envolvimento cívico e dos stakeholders, da participação activa, unindo interesses e tendo sempre uma visão de longo prazo, ou seja com orientação estratégica para o futuro.
A implementação da Agenda 21 Local está ainda atrasada em grande parte dos municípios, e se o ECO XXI surgiu como um estímulo, e não existe a adesão perspectivada estamos perante uma situação de impasse em relação ao necessário desenvolvimento sustentável.
Na generalidade, associada à motivação do turismo activo está a procura de rotas culturais em contexto natural, não havendo uma resposta cabal por parte da oferta, o que pode [em muitos casos] dever-se ao facto de os percursos se localizarem mais nas zonas naturais/”selvagens”. A cultura, por sua vez, poderá também andar “afastada” da natureza! Centrando-nos na região norte de Portugal, no que ao turismo diz respeito, é de salientar que existe uma evidente oportunidade de mercado, uma vez que os espaços naturais, rurais e de relevante interessante patrimonial estão integrados. 
As principais motivações da procura do pedestrianismo são: contacto com a natureza; aventura; fuga ao stress do mundo urbano; convívio; produtos genuínos; quotidiano rural, e o consumo consciente ou ecológico.
Verifica-se que existe uma recente e crescente dinâmica de desenvolvimento do pedestrianismo e de outras actividades de turismo activo/de contacto com a natureza, através das empresas de animação turística que são os agentes mais vocacionados para dinamizar produtos mais focalizados e de escala mais reduzida, dirigida a segmentos muito específicos e/ou a nichos de mercado.
Fazendo presente a elevada importância do associativismo, não posso deixar de defender que o território turístico tem que ser “explorado” numa lógica empresarial, através de iniciativas de empreendedorismo que permitam acrescentar valor para as localidades e residentes (criação de emprego; fixação da população local; combate à extinção e fomento do artesanato e de outros produtos endógenos; preservação, qualificação, divulgação e oportunidade de fruição dos recursos turísticos) e para os visitantes e turistas (conhecimento e contacto com novas culturas, experiências únicas e enriquecedoras, saúde e bem estar), através da oferta de produtos/serviços mais profissionais e com objectivo de retorno (desenvolvimento sinérgico inter-sectorial, emprego, económico) para o território e para a sua população!
O turismo activo, além da atractividade em si mesmo, surge enquadrável na cadeia de valor do produto compósito que é o turismo, dinâmico portanto, nomeadamente associado ao Turismo de Natureza, de Saúde e Bem-estar e ao Touring Cultural e Paisagístico, nomeadamente às rotas de património histórico-cultural, artístico e natural, como é um bom exemplo a Rota do Românico – recentemente premiada pela sua excelência. O evento “Guimarães, Capital Europeia da Cultura - 2012", é uma oportunidade que a região precisa de "agarrar" pois os seus efeitos para a notoriedade e imagem são muito relevantes, em potencial .
Neste contexto, é uma grande satisfação salientar que a empresa de turismo activo “MONTANEA” - Fafe, está a iniciar a sua actividade - numa região de excepção em termos de potencial natural e de ligações à cultura das suas gentes. Gabriel Soares, um dos seus sócios, é um homem que dando muito ao associativismo, não deixa de ter a visão de que, efectivamente, só se poderá garantir a sustentabilidade do território [que sei bem que ama] através duma lógica empresarial. Refiro-me com este pormenor de análise, porque o Gabriel, enquanto meu aluno, desenvolveu trabalhos no âmbito das minhas unidades curriculares (Sociologia e Marketing do Turismo - Licenciatura em Turismo da EST/IESF) para este projecto.   
Parabéns, e felicidades para o Gabriel Soares e para o sócio Daniel Oliveira!

O projecto será apresentado no dia 19 de Maio, às 17:30 no âmbito do Seminário de Turismo do Instituto de Estudos Superiores de Fafe.  
Viva emoções fortes com a Montanea:  


Saudações Turísticas,

Pedro Carvalho